O Espírito Santo (Paráclito)

O Espírito Santo (Paráclito)
O Espírito Santo Ministra aos crentes

O Paráclito. Palavra do grego "parakletos", o mediador, o defensor, o consolador. Jesus nos apresenta ao Espírito Santo dizendo: "O Pai vos dará outro Paráclito" (Jo 14,16).

"Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar." Jo 16.13,14

Antes da paixão de Jesus. Ele prometeu que o Pai e Ele enviariam a seus discípulos "outro Consolador" (Jo 14.16,26; 15.26; 16.7). O Consolador ou Paráclito (ou Paracleto, da palavra grega parakletos, que significa o que dá auxilio), é um ajudador, conselheiro. fortalecedor, estimulador, aliado e advogado. Outro única que Jesus foi o primeiro Paráclito e está prometendo um substituto, que, após sua partida, continuará o ensino e o testemunho que Ele havia iniciado (Jo 16.6,7).

O ministério do Paráclito, por sua própria natureza, é um ministério pessoal e relacional, implicando a plena pessoalidade de quem o consuma. Embora o Velho Testamento tenha dito muito acerca da atividade do Espírito na Criação (por exemplo, Gn 1.2; Sl 33.6), na revelação (p. ex., Is 61.1-6; Mq 3.8), na capacitação para o serviço (p. ex., Êx 31.2-6; Jz 6.34; 15.14,15; Is 11.2), e na renovação interior (p. ex., Sl 51.10-12; Ez 36.25-27), ele não torna claro que o Espírito é uma Pessoa divina distinta. No Novo Testamento, contudo, fica claro que o Espírito é verdadeiramente uma Pessoa distinta do Pai, assim como é o Filho. isto é evidente não somente pela promessa de "outro Consolador", mas também pelo fato de que o Espírito, entre outras coisas, fala (At 1.16; 8.29; 10.19; 11.12; 13.2; 28.25), ensina (Jo 14.26), testemunha (Jo 15.26), busca (1 Co 2.10,11), determina ( 1 Co 12.11), intercede (Rm 8.26,27), é alvo de mentira (At 5.3), e pode ser afligido (Ef 4.30). Somente de um ser pessoal podem ser ditas tais coisas.

A divindade do Espírito surge da declaração de que mentir ao Espírito é mentir a Deus (At 5.3,4), e da associação do Espírito com o Paia e o Filho nas bênçãos ( 2 Co 13.14; Ap 1.4-6) e na fórmula do batismo (Mt 28.19). O Espírito é chamado "os sete espíritos" em Apocalipse 1.4; 3.1; 4.5; 5.6, em parte, parece, porque sete é um número que significa a perfeição divina e, em parte, porque o Espírito ministra em sua plenitude.

Portanto, o Espírito é "Ele", não "ele", e deve ser obedecido, amado e adorado, juntamente com o Pai e o Filho.

Testemunhar a Jesus Cristo, glorificá-lo, mostrando a seus discípulos quem e o que Ele é (Jo 16.7-15), e fazê-los cônscios do que são nele (Rm 8.15-17; Gl 4.6) é o ministério central do Paráclito. O Espírito nos ilumina (Ef 1.17,18), regenera (Jo 3.5-8), guia-nos à santidade (Rm 8.14; Gl 5.16-18), transforma-nos (2 Co 3.18; Gl 5.22,23), dá-nos certeza ( (Rm 8.16), e dons para ministério ( 1 Co 12.4-11). Todo trabalho de Deus em nós, tocando nosso corações, nosso caráter e nossa conduta, é feito pelo Espírito, embora aspectos desse trabalho sejam, às vezes, atribuídos ao Pai e ao Filho, de quem o espírito é executivo.

O pleno ministério do Espírito começa na manhã do Pentecostes, logo depois da ascensão de Jesus (At 2.1-40, João Batista predisse que Jesus batizaria com Espírito Santo ( Mc 1.8; Jo 1.33), de acordo com a promessa do Velho Testamento de um derramamento do Espírito de Deus nos últimos dias (Jl 2.28-32; cf. jr 31.31-34), e Jesus havia repetido a promessa (At 1.4,5). A significação da manhã do Pentecostes foi duplo: ela marcou o início da era final da história do mundo antes do retorno de Cristo, e, comparada com a era do Velho Testamento, marcou uma formidável intensificação do ministério do Espírito e da experiência de viver para Deus.

Os discípulos de Jesus foram evidentemente crentes nascidos do Espírito antes do Pentecostes, de sorte que seu batismo no Espírito, que trouxe poder à sua vida e ministério (At 1.8), não foi o começo de sua experiência espiritual. Para todos, porém, que chegaram à fé desde a manhã do Pentecostes, começando com os convertidos naquele evento, o recebimento do Espírito na plena bênção da nova aliança tem sido um aspecto de sua conversão e novo nascimento (At 2.37; Rm 8.9. 1 Co 12.13). Todas as aptidões para o serviço que surgem subseqüentemente na vida de um cristão devem ser vistas como a seiva emanada desse batismo espiritual inicial, que une vitalmente o pecador ao Cristo ressurreto.

Autor: J. I. Packer
Fonte: Teologia Concisa, pg. 135, Ed. Cultura Crista.

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A Dinvidade do Espírito Santo

A Dinvidade do Espírito Santo

Gn 1.12; At 5.3,4; Rm 8.9-17; 1 Co 6.19,20; Éf 2.19-22

Na liturgia da Igreja, freqüentemente ouvimos as palavras: "Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, amém". Esta expressão é uma fórmula trinitariana que atribui divindade a todas as três pessoas da Trindade.

Semelhante, cantamos:
Glória seja dada ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no principio, é hoje e para todos sempre, eternamente. Amém, Amém.

Este cântico atribui glória eterna às três pessoas da Trindade. O Espírito Santo recebe glória junto com o Pai e o Filho.

Enquanto a divindade de Cristo foi debatida durante séculos e o debate continua ainda hoje, a divindade do Espírito Santo geralmente é aceita na Igreja. A razão pela qual a divindade do Espírito Santo nunca tenha sido alvo da controvérsia, talvez seja porque nunca assumiu a forma humana.

A Bíblia claramente representa o Espírito Santo como possuindo atributos divinos e exercendo autoridade divina. Desde o século IV, praticamente todos os que concordam que ele é uma pessoa também concordam que o Espírito é divino.

No Antigo Testamento, o que se diz de Deus freqüentemente também se diz do Espírito de Deus. As expressões "Deus disse" e o "Espírito disse" são repetidamente intercambiadas. Estes padrão continua no Novo Testamento; talvez em nenhum outro texto isso fique tão claro como em Atos 5.3,4, onde Pedro diz: "Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo?... Não mentiste aos homens, mas a Deus". Resumindo, mentir ao Espírito Santo é o mesmo que ao próprio Deus.

As Escrituras também se referem aos atributos divinos do Espírito Santo. Paulo escreve sobre a onisciência do Espírito em 1 Coríntios 2.10,11: "Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus”. O salmista atesta sobre a onipresença do Espírito no Salmo 139.7,8: "Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também;" . O Espírito também operou na criação, movendo-se sobre a face das águas (Gn 1.1,2).

Como uma declaração conclusiva sobre a divindade do Espírito Santo, temos a bênção de Paulo no final da sua segunda carta aos Coríntios: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós." (2 Co 13.13).

Sumário
1. A liturgia da igreja atribui divindade ao Espírito Santo.

2. O Antigo Testamento reconhece atributos e autoridades divinos do Espírito Santo.

3. O Novo Testamento reconhece atributos divinos do Espírito Santo.

Autor: R. C. Sproul
Fonte: 2º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã.

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