QUAL É A SUA FÉ?

Número 26, Ano 2005.
C. H. Spurgeon

Devemos aprender do exemplo de Davi a prudência de
conservar armas provadas e eficazes. Muitos têm afirmado ser
improvável que Davi matou o gigante utilizando uma pedra.
Cumpre-nos usar os mais adequados instrumentos que pudermos
encontrar. No que diz respeito às pedras que Davi apanhou no ribeiro,
ele não as apanhou ao acaso. Davi as escolheu diligentemente,
selecionando pedras lisas que se encaixariam com perfeição em sua
funda, o tipo de pedra que ele imaginava serviria melhor ao seu
propósito. Davi não confiava em sua funda. Ele nos disse que
confiava no Senhor; todavia, saiu para confrontar o gigante com
sua funda, como se estivesse sentindo que a responsabilidade era
dele mesmo.
Esta é a verdadeira filosofia da vida de um crente. Você tem de
realizar boas obras tão zelosamente como se tivesse de ser salvo por
meio delas e tem de confiar nos méritos de Cristo como se não
tivesse feito nada. Esta mesma atitude deve manifestar-se na obra
de Deus: embora você tenha de trabalhar para Ele como se o
cumprimento de sua missão dependesse de você mesmo, precisa
entender com clareza e crer com firmeza que, afinal de contas, toda
a questão, desde o início até ao final, depende completamente de
Deus. Sem Ele, tudo o que você planejou ou realizou é inútil.
Deus nunca pretendeu que a fé nEle mesmo fosse sinônimo de
indolência. Se a obra depende completamente dEle, não há necessidade
de que Davi utilize a sua funda. Na realidade, não existe
necessidade nem mesmo do próprio Davi. Ele pode virar suas costas,
no meio do campo de batalha, dizendo: “Deus realizará a sua
obra; Ele não precisa de mim”. Essa é a linguagem do fatalista; não
é a linguagem que expressa a maneira de agir daqueles que crêem
em Deus. Estes dizem: “Deus o quer; portanto, eu o farei”. Eles
não dizem: “Deus o quer; por isso, não há nada para eu fazer”.
Pelo contrário, eles afirmam: “Visto que Deus trabalha através de
mim, eu trabalharei por intermédio de sua boa mão sobre mim. Ele
concederá forças ao seu frágil servo e me utilizará como seu instrumento,
que, sem Ele, não serve para nada”. Se você está disposto a
servir a Deus, ofereça-Lhe o seu melhor. Não poupe nenhum músculo,
nervo, habilidade ou esperteza que você pode dedicar ao
empreendimento. Não diga: “Qualquer coisa será proveitosa; Deus
pode abençoar minha deficiência tão bem quanto minha competência”.
Sem dúvida, Ele pode, mas certamente não o fará.

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