O desenvolvimento Histórico da doutrina da Trindade

O desenvolvimento Histórico da doutrina da Trindade
Introdução
A doutrina da Trindade é essencial ao Cristianismo bíblico, ela descreve o relacionamento existente entre os três membros da Divindade de um modo consistente com a Escritura.
É fundamental nessa doutrina a questão de como Deus pode ser do mesmo tempo um e três. Os primeiros cristãos não queriam perder o seu monoteísmo judaico enquanto exaltavam o seu Salvador. Surgiram heresias quanto às pessoas procuraram explicar o Deus cristão sem se tornarem triteístas (como os judeus rapidamente os acusaram de ser). Os cristãos argumentaram que o monoteísmo judaico do Antigo Testamento não excluía a Trindade.
O Clímax da formulação trinitária ocorreu no Concílio de Constantinopla, em 381 d. C.. Devemos a esse concílio a expressão do conceito ortodoxo da Trindade. Todavia, para apreciarmos o que disse o concílio é útil acompanharmos o desenvolvimento histórico da doutrina. Isso não significa que a igreja ou qualquer concílio tenha inventado a doutrina. Antes, foi para responder às heresias que a igreja explicou o que as Escrituras já pressupunha.
A Igreja a Pré-Nicena: 33-325 d.C.
Os Apóstolos, 33-100 d.C.
O ensino apostólico claramente aceitou a plena e real divindade de Deus, e aceitou e adotou a fórmula batismal trinitária.
Os Pais Apostólicos, 100-150 d. C.
Os escritos dos Pais Apostólicos eram caracterizados por uma paixão acerca de Cristo (Cristo provém de Deus; ele é pré-existente) e por ambigüidade teológica acerca da Trindade.
Os Apologistas e os Polemistas, 150 - 325 d. C.
As crescentes perseguições e heresias forçaram os escritores cristãos a declararem de maneira mais precisa e defenderem o ensino bíblico acerca do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Justino Mártir: Cristo é distinto do Pai em sua função.
Antenágoras: Cristo não teve principio.
Teófilo: O Espírito Santo é distinto do Logos.
Orígenes: O Espírito Santo é co-eterno com o Pai e o Filho.
Tertuliano: Falou em "Trindade" e "pessoa" - Três em número, mas um em substância.
Concílio de Nicéia: 325 d.C.
Por causa da difusão da heresia ariana, que negava a divindade de Cristo, a unidade e até mesmo o futuro do Império Romano parecia incertos. Constantino, recentemente convertido, reuniu um concílio ecumênico em Nicéia para resolver a questão.
A Questão: Cristo era plenamente Deus, ou era um ser criado e subordinado?
Ário
Somente Deus Pai é eterno.
O Filho teve um princípio como o primeiro e mais importante ser criado.
O Filho não é um em essência com o Pai.
Cristo é subordinado ao Pai.
Ele é chamado Deus como um título honorífico.
Atanásio
Cristo é co-eterno com o Pai.
Cristo não teve princípio.
O Filho e do Pai têm a mesma essência.
Cristo não é subordinado ao Pai.
Declarações Fundamentais do Credo do Concílio
[Nós cremos] “em um Senhor Jesus Cristo... verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, não feito, de uma só substância com o Pai”.“Mas aqueles que dizem que houve um tempo em que Ele não existe, e que antes de ser gerado Ele não era ... a este a Igreja Católica anatematiza.”“E cremos no Espírito Santo”.
Resultado do Concílio
O arianismo foi formalmente condenado.A declaração homoousia (mesma substância) criou conflitos.Os arianos reinterpretaram homoousia e acusaram o concílio de monarquianismo modalista.A doutrina do Espírito Santo ficou sem ser elaborada.
Concílio de Constantinopla: 381 d. C.
O arianismo não foi extinto em Nicéia; na realidade, ele cresceu em importância. Além disso, surgiu o macedonianismo, que subordinava o Espírito Santo essencialmente da mesma maneira que o arianismo havia subordinado Cristo.
A Questão: O Espírito Santo é plenamente Deus?
Declarações Fundamentais do Credo do Concílio
“... e no Espírito Santo, o Senhor e doador da vida, que procede do Pai, que é adorado e glorificado juntamente com o Pai e o Filho.”
Resultado do Concílio
O arianismo foi rejeitado e o Credo Niceno reafirmado.O macedonianismo foi condenado e a divindade do Espírito Santo afirmada.Foram resolvidos grandes conflitos acerca do trinitarianismo (embora os debates cristológicos tenham continuado até Calcedônia, em 451. d. C.)
Autor: H. Wayne HouseFonte: Teologia Cristã em Quadros, pd. 58,
Segue abaixo Credos.

Credo de Nicéia(325 a.d. - revisado em Constantinopla em 381 a.d.)
Cremos em um só Deus, Pai, Todo-Poderoso, Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis.
E em um só Senhor Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus, gerado pelo Pai antes de todos os séculos, Luz da Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não criado, de uma só substância com o Pai, pelo qual todas as coisas foram feitas; o qual, por nós homens e por nossa salvação, desceu dos céus, foi feito carne pelo Espírito Santo e da Virgem Maria, e tornou-se homem, e foi crucificado por nós sob Pôncio Pilatos, e padeceu e foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos céus e assentou-se à direita do Pai, e de novo há de vir com glória para julgar os vivos e os mortos, e o seu reino não terá fim.
E no Espírito Santo, Senhor e Vivificador, que procede do Pai e do Filho, que com o Pai e o Filho conjuntamente é adorado e glorificado, que falou através dos profetas. E na Igreja una, santa, católica e apostólica. Confessamos um só batismo para remissão dos pecados. Esperamos a ressurreição dos mortos e a vida do século vindouro. Amém.
Credo de Calcedônia(451 a.d.)
Fiéis aos santos Pais, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, e perfeito quanto à humanidade; verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, constando de alma racional e de corpo, consubstancial com o Pai, segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade; em tudo semelhante a nós, excetuando o pecado; gerado segundo a divindade pelo Pai antes de todos os séculos, e nestes últimos dias, segundo a humanidade, por nós e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria, mãe de Deus; um e só mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas, inconfundíveis, imutáveis, indivisíveis, inseparáveis; a distinção de naturezas de modo algum é anulada pela união, antes é preservada a propriedade de cada natureza, concorrendo para formar uma só pessoa e em uma subsistência; não separado nem dividido em duas pessoas, mas um só e o mesmo Filho, o Unigênito, Verbo de Deus, o Senhor Jesus Cristo, conforme os profetas desde o princípio acerca dele testemunharam, e o mesmo Senhor Jesus nos ensinou, e o Credo dos santos Pais nos transmitiu.

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